terça-feira, 26 de dezembro de 2017

NEM TODOS OS UBER SÃO UBER MESMO. CONFIRA.

UBER: O PERIGO DO SEQUESTRADOR ESTAR AO VOLANTE

O título pode ser visto como escandaloso, mas há dois casos já noticiados de que clientes que solicitaram serviço pelo aplicativo UBER teriam escapado por pouco de serem vítimas de criminosos que podem estar tentando a aplicar sequestros relâmpagos.
Sugiro a leitura da matéria do site da uol, que vc pode acessar no endereço a seguir, sobre Uber.
https://noticias.uol.com.br/confere/ultimas-noticias/2017/12/26/criminosos-estao-usando-dados-do-uber-e-possivel-hackear-o-aplicativo.htm

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

ARTIGO: POMBOS - DE INOFENSIVOS ELES NÃO TÊM NADA!


Pombos: de inofensivos eles não têm nada!

Lúcio Albuquerque, repórter (*)

Animais com imensa prevalência em ambientes urbanos, de fácil multiplicação, muito dóceis, praticamente inofensivos, presentes em praças, prédios e outros locais – preferencialmente – onde tenham condições de se alimentar e nidificar, associados ainda à figura da paz (sendo comuns em imagens de ícones católicos)  e heróis de guerras, inclusive as duas mundiais quando foram usados para levar ou trazer mensagens, você já adivinhou de que tipo de ave estou comentando o pombo doméstico, nome científico Columba livia.
Há alguns meses assinei matéria divulgada em vários sites e no Jornal Alto Madeira, sobre a infestação de pombos em locais de grande concentração pública em Porto Velho, como o início do Espaço Alternativo – em frente à vila dos Sargentos da Aeronáutica, no entorno do lago do Parque da Cidade e nas feiras.
Ontem na chamada do programa “Mais você” o tema era justamente o que, apesar de todas suas alegadas qualidades, pode representar para a saúde humana o contato com as fezes desses bichinhos o que, inclusive, um sobrinho meu, fármaco bioquímico, há uns cinco anos, usou como tema de sua dissertação de mestrado o que, quando ele falou eu até pensei que era brincadeira, mas além de sua explicação e depois uma pesquisa na maior fonte de consulta que o mundo possui, a internet, comprovou.
O contato com as fezes do pombo pode afetar muito a saúde da pessoa, gerando a criptococose, também chamada meningite criptocócica, sendo a principal doença transmitida pela ave. Além de outras, só ela é responsável por incidência superior a 30% de mortes entre os infectados.
Esse contato, que pode ser gerado inclusive pela poeira das fezes secas dos animais misturada à poeira urbana, desde uma alergia cutânea, chegando a problemas graves de respiração e afetar o sistema nervoso central, mas, pelo visto, a Medicina ainda não tem condições de dar um diagnóstico imediato do problema, o que facilita o alto índice de mortalidade dos infectados.
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O problema é maior por alguns motivos, talvez o maior deles porque associada sempre à figura da candura e da paz, a ave atrai atenção, sendo beneficiada por alimentos abandonados ou, ainda pelos que as pessoas, como no Parque da Cidade e no Espaço Alternativo, levam de casa para dar aos pombos.
Nada contra os pombos, simples aves que circulam e alegram os ambientes, mas a quantidade deles, que vem aumentando em Porto Velho, já deveria ter motivado os responsáveis pela saúde pública a uma ação, que pode até gerar protestos de amantes das aves, em benefício da própria saúde pública.
Aliás, uma maneira simples de evitar a proliferação é não dar comida a eles nem jogar restos de comida em suas áreas de concentração. Só isso, com certeza, já vai ajudar a evitar males maiores, o principal deles a morte de infectados.

Inté outro dia, se Deus quiser!

domingo, 10 de dezembro de 2017

CONTA GOTAS
10 12 17

Lúcio Albuquerque, repórter

AUTOCRÍTICA
Cobrar ética a jogador de futebol é coisa de quem não  quer ir a lugar algum. Lembram do gol de mão do Maradona? Daquele outro num jogo que classificou - com  gol de mão - a França para uma Copa? Isso veio quando assisti entrevista do atacante Jô, do Corintians, sobre ter ficado empatado na artilharia do Brasileirão com o Henrique Dourado, do Fluminense. "Grande parte dos gols dele foram de pênalti", disse Jô. Mas é melhor que tenham sido de pênalti, onde as chances de errar são grandes, do que fazer gol com a mão, como Jô fez contra o Vasco.

ETERNOS INSATISFEITOS

Há os que reclamam de tudo. Outro dia um camarada que várias vezes reclamou que o calor estava demais. Neste domingo o mesmo cara vem reclamar que "está chovendo muito". Ele é do time dos "eternos insatisfeitos", e pelo visto tem muita por aí que também "veste essa camisa".

ASSEMBLEIA
Não. Nem sindical nem política. Ontem foi dia de assembleia pastoral na paróquia Sagrada Família, no Bairro Embratel, de onde saíram propostas para a atuação da comunidade liderada pelo padre Geraldo. 

ACLER
O presidente da Academia de Letras de Rondônia, o poeta Pedro Albino, está convocando os membros para a eleição da diretoria da ACLER - biênio 2018/2019, nesta quinta-feira,14, no auditório da Biblioteca Francisco Meirelles, no horário das 19 às 20:30 Hs.

NOVO LIVRO 
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Decano da Imprensa amazônica, com mais de 60 anos de caminhada - será que é decano do Brasil? - o jornalista Euro Tourinho está preparando um livro sobre a caminhada centenária do jornal Alto Madeira, contando principalmente os bastidores do diário  cuja última edição foi dia 1 de outubro.

VICE - GOVERNADOR?
Tem muito gene por aí apostando que o professor Daniel Pereira, atual vice-governador do Estado, está pronto para disputar o governo ano que vem. 

NO FAROESTE DO INÍCIO DOS TEMPOS
            
Era novembro de 1975. Até Vilhena fui de avião, um monomotor alugado pelo jornal, mas como queria conhecer melhor a terra e sua gente, o contrato foi só até lá. Na volta, para Porto Velho, ônibus. E foi quando eu entendi que aquela gente que vinha sabe Deus como, e que desafiava tudo para fazer o que somos hoje, tinha muitas histórias para contar.
            O ônibus estava lotado e sempre entrava mais gente. Buracos, lama, janelas abertas para ventilar e encher os pulmões de poeira ou respingos dos atoleiros, Pimenta Bueno até que já tinha alguma estrutura, mas Cacoal era apenas um lugarejo que até pouco tempo era chamada "Nova Cassilândia". Em Presidente Médici, que os moradores de Vila Rondônia (Ji-Paraná) chamavam pejorativamente de “pela jegue”, o ônibus parou na “rodoviária”, em realidade um boteco e de repente me vi em pleno far west.
            Dois camaradas chegaram montados a cavalo, ambos com revólveres nas cintas, chapelões, botas com esporas, amarraram os animais num poste ali em frente, entraram e ficaram bebericando. Pela reação das pessoas os caras deveriam ter fama, porque muitos arredaram para o lado para eles chegarem ao balcão.
            Creio que o motorista – àquela altura era a Viação Mota – entendeu que o melhor era cair fora, entrou no ônibus, buzinou, acelerou e em menos de um minuto quase uma centena de passageiros já estavam “acomodados”.

            Talvez ele tenha pensado dentro da ilógica de que “mais vale um covarde vivo do que um herói morto”. E vamos para Vila Rondônia, quase três horas nos 35 quilômetros.
(Uma das histórias do meu livro "A Cesta Página de um repórter de província" que deve ir para a gráfica ainda este mês)

sábado, 22 de abril de 2017

ÍNDIO APRENDEU MALANDRAGEM DE BRANCO

         A extorsão já acontece há muito com o beneplácito de quem deve aplicar a Lei    

Para quem viaja pela BR-174, no sul rondoniense, não soou como novidade a notícia de que índios daquela região, estejam achacando motoristas e passageiros, agora com uma nova desculpa, a de estarem angariando fundos para uma suposta viagem a Brasília, para protestar contra mudanças na legislação Trabalhista.
         Há muitos anos, e bota tempo nisso, índios daquela região cobram pedágio a condutores de veículos e passageiros, sempre sob alegações as mais diversas, fato que não é possível que seja do desconhecimento das autoridades, inclusive com certeza das federais.
         Partindo do ponto de vista que índio – o da tribo, normalmente não trabalha com carteira assinada e até tem toda uma estrutura oficial de proteção etc (pode até não funcionar, mas está na Lei), é meio complicado entender o que um a delegação de 80 índios vai fazer em Brasília, afora que seja passear.
         Mas ao invés de produzir para alugar o veículo, ganhando do próprio suor os recursos necessários para tal, ou conseguir com uma das muitas entidades que dizem trabalhar em defesa dos indígenas, eles apenas repetiram o que fazem sempre – e não só ali, até porque na rodovia que liga Manaus a Roraima, uma tribo faz isso costumeiramente – e deram agora a desculpa de que é para fazer uma viagem alugando um ônibus.
         Não há dúvida: índio pratica a malandragem que viu branco usar, e, como o branco, sempre arrumando uma desculpa, apesar de, no caso da extorsão na BR-174, estarem infringindo a Constituição Federal no tocante ao direito de ir e vir, o que também fazem brancos e da mesma forma sem qualquer ação contrária de quem tem de fazer valer a Lei.
         E ninguém tenha dúvida: se um motorista ou quem quer que seja decidir não “contribuir” com a proposta dos índios, podem crer vai ter retaliação, e coitado do não índio que reagir, porque logo entes que alegam defender os grupos étnicos e os direitos humanos, logo vão se mobilizar, não pela prevalência da Lei, mas sim, contra quem se negar a pagar um “pedágio” cobrado numa estrada pública pelo qual quem está sendo extorquido já pagou, em forma de impostos. 

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RONDÔNIA

ANALFABETOS 11%. E OS "FUNCIONAIS"?

         A atual administração da Federação das Indústrias apresenta uma faceta interessante, e louvável, representada pela preocupação com a melhora da qualidade da Educação em Rondônia, mas não na construção de escolas como muitos gestores fazem, pensando tipo o paulista Ademar de Barros, para quem governar era “construir estradas”.
         O presidente Marcelo Thomé tem preferido nessa área da Educação, “construir estradas” abrindo debate sobre projetos do setor, conseguindo para tal a importante adesão de segmentos diversos.
         Agora a Fiero está apoiando outro projeto, sem qualquer dúvida muito importante, e cujo objetivo é zerar – seria melhor dizer “reduzir ao mínimo?” – o índice de analfabetismo no Estado, o programa “Rondônia Alfabetizado”. Segundo se anuncia, temos por aqui algo em torno de 11% de pessoas que se enquadram no perfil de não saberem ler, e é esse universo a que se destina  a proposta a que a Fiero está entrando.
         Aqui há uma questão que precisa ser entendida: diz-se “não alfabetizada”, a pessoa que não sabe ler. Mas como chamar àquelas que mesmo sabendo juntar as letras, formar as palavras, recitar frases, mas não conseguem entender o que repetem?
         Se considerarmos citações de diversos educadores, e não só de Rondônia, a chaga do analfabetismo é muito maior do que as estatísticas mostram. E os 11% daqui abaixo da realidade que se encontra na escola e na vida profissional.
         Recentemente uma importante figura da Educação em nosso Estado, professor da UNIR, disse com todas as letras que alunos de curso superior chegam à sala de aula e não são capazes de ler um texto sem gaguejar, ficando pior quando se pede que interprete.
         Esse grupo, formado pelos que são chamados “alfabetizados”, mas que não entendem e nem conseguem desenvolver um raciocínio em cima do que leram forma, com certeza, o que se chama de “analfabeto funcional” e é um contingente enorme tanto em nosso Estado quanto no restante do país.
         E a situação tende a ficar muito pior com as novas técnicas educacionais, ainda mais porque há estímulo para uso de “mídias” e do “control c”, control v” e aí, se não houver uma mexida real no que acontece agora, podem escrever, vai ficar cada vez pior.

domingo, 26 de março de 2017

A NOSSA ORQUESTRA SINFÔNICA VILLA LOBOS

Apresentação da Orquestra Sinfônica Villa Lobos, da escola de música Villa Lobos, de Porto Velho, em evento no Shopping Center. Interessante como muitas pessoas, quando a assistem parecem não acreditar que a sinfônica seja daqui mesmo. "Vieram de Brasília", ouvi de uma mulher; "O shopping trouxe do Rio", dizia um homem à esposa. E eu tive de explicar que são pessoas daqui mesmo, sob o comando do maestro Marcelo Yamazaki. (Foto SimonRio)


 

DOCUMENTO HISTÓRICO: 1915 - Câmara MUnicipal de S. Antonio do Madeira

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Ata de instalação da Câmara Municipal de Santo Antonio  (Acervo Lúcio Albuquerque)
HISTÓRIAS DO LÚCIO
Lúcio Albuquerque, repórter

A PRIMEIRA VEZ A GENTE NUNCA ESQUECE.....

Dizem que as pessoas não esquecem a “primeira vez”. E os moradores antigos de Porto Velho não esquecem da primeira vez em que se aplicou uma camada  asfáltica na capital, do então Território Federal de Rondônia.
Mas para evitar qualquer problema, o governo mandou um assessor que, falam os antigos, sabia tanto de compactação asfáltica quanto o redator desta historinha sabe de fritar um ovo.
Chegaram os tambores de asfalto, a imprensa noticiou, fotógrafos em posição, professoras levaram as criancinhas das escolas para ver a cena, governador, prefeito, autoridades – algumas apenas otoridades, a sociedade inteira de Porto Velho se postou ali em frente à Unir Centro, dizem até que dom João Batista Costa, nosso bispo, também foi. Depois dos discursos, o funcionário especialista no assunto foi lá e começou o asfaltamento.

Bom, não foi bem assim: ele mandou funcionários da prefeitura abrir os tambores e, da “cabeça da ladeira”, mais ou menos da esquina com a Farquhar com a Dom Pedro II, o cara mandou derramar tudo.

Com um sol de rachar a técnica do especialista acabou transformando a área numa armadilha, porque, pelo visto, ele faltou todas as aulas do curso que foi fazer.
Resultado: meninos se sujando no asfalto e algumas madames, com seus saltos altos, tentaram atravessar de um para outro lado da avenida. E seus saltos, algumas até seus sapatos, ficaram no caminho.
E a irreverência daqueles tempos não perdoou, porque o técnico ganhou logo o apelido do título de música cantada por Nelson Gonçalves: Deusa do Asfalto.
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ORAÇÃO PAGA PELO CONTRIBUINTE 


14/03/2017 - [15:15] - Opinião
 
Lúcio Albuquerque, repórter

Nem mais é um modismo, porque, como se diz atualmente, viralizou: órgãos públicos deixam de atender suas finalidades durante períodos, nos dias para os quais diretores e servidores são pagos pelo contribuinte, alegando que estão “orando” ou “rezando”, dá na mesma.

Na Assembleia Legislativa, na Câmara Municipal e outros órgãos da administração pública o serviço de interesse do cidadão, para o qual o cidadão paga impostos e para isso deve ser atendido no horário de expediente, eles deixam de atender porque estão fazendo suas preces.

Nada tenho contra quem ora, quem faça suas orações, eu também faço as minhas, mas nunca em horário de expediente pelo qual sou pago, porque entendo que isso não seja legal nem ético. Já tive atritos com chefes, quando funcionário da Assembleia Legislativa e até com um diretor no Tribunal de Contas, porque não participei dos “cultos” e critiquei que sejam feitos em horários de expediente.

Realizar essas sessões religiosas recebendo salários por isso entendo não ser legal e nem ético. Não é legal porque quem participa desse tipo de evento não pede para descontar de seu contracheque o valor correspondente. Nem é ético por dois motivos, primeiro porque naquele período quem participa está recebendo vencimentos sem dar o retorno ao contribuinte através do trabalho.

Muitos dos que descumprem seus horários de trabalho nesses cultos, com certeza, têm funções comissionadas ou ganham gratificações embutidas em seus contracheques sem que tal se justifique em relação ao empo que passam rezando (muitos, com certeza, também não justificariam, pela produção, ganhar gratificações ou comissões – mas isso não vem ao caso agora).

E também não é ético porque, enquanto a pessoa está no que tecnicamente talvez se possa classificar por “desvio de função”, alguém pode estar necessitando de seu trabalho – como é fácil observar nos cultos em pleno expediente como aconteceu neste dia 13, comigo, quando precisei de uma informação da Funasa: eram 8h46, o expediente inicia 8 horas e o chefe de gabinete estava “orando”.

Isto já acontece há muito tempo, e dane-se quem chega cedo para falar com quem esteja na sua hora de reza: vai ter de esperar, ainda que tenha algo urgente para resolver, ainda que quem venha, por exemplo, de um bairro distante ou de outro município ou, ainda, que tenha conseguido uma liberação com tempo determinado: a demora pode até acarretar problemas maiores, até mesmo ser descontado o dia de trabalho porque, tendo de esperar ser atendido acaba chegando depois da hora determinada pela chefia e aí fica no duplo prejuízo.

Entendo, e quem me conhece sabe que pratico isto, que a oração é boa, abre o espírito, acalma, são poucos os que duvidam. Mas dentro do princípio de isonomia que deve prevalecer no serviço público, questiono os gestores desses órgãos que pagam para funcionários rezarem na hora do expediente: se um ateu, que deseje fazer sua pregação a favor do ateísmo quiser usar do mesmo expediente, ele terá direito?
Pelas regras atuais, um umbandista também terá direito?

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Trinta anos da "viagem" de Teixeira

Há 30 anos o coronel Jorge Teixeira de Oliveira, fundador do Centro de Instrução de Guerra na Selva, em Manaus, um apaixonado pela Amazônia, muito mais ligado à região do que muitos amazônidas de nascimento, "embarcou" no "trem da meia-noite".

Conheci o Teixeira naquela época, e quando era prefeito de Manaus eu saí da cidade. Fui absorvido pela então bem calma e simples Porto Velho. Um dia, eu já morava aqui há mais de quatro anos, fui informado que o Teixeirão estava vindo para ser o governador, substituindo o também coronel da reserva do Exército Humberto da Silva Guedes.No dia em que Teixeira chegou coube a mim apresentar um ao outro - e há uma foto que já rodou o mundo em que estou entre os dois, debaixo da asa de um boeing da Cruzeiro do Sul, ao lado direito do Teixeira está o jornalista Josias de Macedo, atrás do Guedes estão o jornalista Edinho e o administrador do aeroporto Clóvis Rhor. Há muitos que afirmam que eu cheguei aqui para trabalhar com o Teixeira. Ledo engano. Quatro anos antes eu já havia "bebido" a água do Madeira. Eu trabalhava com os jornais Estado de São Paulo, depois com A Tribuna e, em 1979, já estava também no Alto Madeira.Sobre a diferença de estilo entre os dois últimos governadores do Território eu tenho uma opinião: Humberto Guedes pensava longe (ainda em 1975 ele disse a mim que Rondônia precisava passar a Estado e que o então Território há muito já havia ultrapassado todos limites daquela situação). Mas Guedes não era  midiático, apesar do muito que fez, e que Teixeira deu sequência, com o adendo de Teixeirão ser midiático.E mal desembarcou do avião, ainda na pista do aeroporto, na condição ainda de governador indicado - ele tomaria posse mais de um mês depois, Teixeira definiu o seu "norte", ao dizer que viera "Com a missão de transformar Rondônia em Estado.Teixeira pode visitar todas as vilas, cidades, enfim viu o que queria ver e conheceu a estrutura que Guedes já havia "plantado". Pode voltar para onde veio, antes de assumir, com um diagnóstico avantajado da situação e do que iria encontrar.
Creio que faltou a Teixeira, como também a Guedes e, tenho certeza, a todos governadores do Território pós 1964, visão política do cargo que exerciam. Ele poderia ter sido o primeiro governador eleito do Estado. É preciso notar que àquela altura o Congresso Nacional era praticamente uma representação que fazia o que o Planalto queria - mais um menos do que acontece atualmente. 
Em meu entendimento bastaria ele ter "encostado" no presidente João Figueiredo e proposto que a Lei que criou o Estado trouxesse em seu bojo o direito do governador do Território disputar a eleição de 1982 para ser o primeiro governador da nova Unidade da Federação. Nem o Jerônimo Santana teria ganho, como fez em 1986.
Não posso tirar os muitos méritos do Teixeira, mas há um desafio que temos de cumprir para o bem da História de Rondônia: realizar um debate com o tema "Teixeira, o homem e o mito", dentro da seguintes perspectiva: "Até quando era o homem ou até quando era o mito'.
Ao morrer, como muitos dos que, oficiais do Exército, governaram Rondônia, Teixeira era um homem pobre. E, por ordem de seu substituto, o governador Angelo Angelin, mereceu um sepultamento mais digno.
ALGUMAS HISTÓRIAS MINHAS COM O TEIXEIRA
(histórias que fazem parte do meu próximo livro, "A Cesta página de um Repórter").
DO TEIXEIRA
 
Cada qual no seu cada qual
 
Foto teixeira
 
Conheci o Teixeirão (de 1979 a 2005 governador de Rondônia) no final da década de 1960, em Manaus. Nunca fomos o que se pode chamar de amigos. Quando ele foi nomeado governador do então Território eu já morava aqui há quatro anos e nem me convidou nem, tampouco, pedi para trabalhar com ele.
Meu relacionamento com ele sempre foi profissional: era uma boa fonte de notícias mas, talvez porque nunca fui de pajear ninguém, nunca nos aproximamos, apesar de várias vezes nos termos encontrado em situações diversas, lá e aqui.
Numa das vezes, quando ele seguia como “governo itinerante”, pouco antes da instalação do Estado, aconteceu: Na prefeitura de Pimenta Bueno eu e outros repórteres estávamos “cobrindo” uma reunião dele com seus secretários e prefeitos da região.
Como sempre fiz, procurei ficar em ponto discreto para observar bem e ouvir melhor. E não fazendo, como muitos, folhas e mais folhas de anotações. Fazem já algumas décadas que procurou mentalizar, anotando apenas o que considero importante. Estou nisso quando o Teixeira grita de lá:
- Lúcio, vê lá o que vais escrever.
Dei o troco na hora: “Governador, eu nunca vou ensinar ao senhor seu ofício. Também não aceito que o senhor queira ensinar o meu”.
Dias depois um assessor próximo a ele diz-me que “O coronel está zangado contigo”. Respondi que eu ficaria zangado se a dona Fátima estivesse zangada comigo. Quanto ao Teixeira, na tarde daquele mesmo dia nos encontramos e ele lembrou do tempo em que era péssimo jogador de voleibol e reclamava que eu não deixava (na época eu era árbitro) que ele puxasse a rede para baixo para bloquear.
 
 
ONDE ENFIAR O DIPLOMA DO DEPUTADO
 
No pique da votação pelo Congresso do projeto de criação do Estado, um dia sou chamado ao “Presidente Vargas” onde o Teixeira, bem ao seu estilo, estava irritado com o deputado federal Ítalo Conti, do Paraná, que discursou criticando a proposta, talvez embalado porque quisesse que ao invés de Rondônia surgisse o Estado de Iguaçu. Na época eu era correspondente do jornal O Estado de São Paulo.
“Lúcio. Eu quero que você mande uma matéria para lá. Eu acabo indo a Brasília e enfiando o diploma daquele deputado no “cu” dele”. Ponderei, expliquei que não poderia mandar um texto em tal nível, mas ele estava tão zangado que (penso até hoje) não estava raciocinando.
Antes de sair do gabinete ele repetiu: “Mande que eu garanto tudo”. Saí dali, desci a ladeira da José de Alencar, parei no Bar do Lima, lembro ter tomado uma cerveja e um croquete, e fui para o Alto Madeira (àquela altura ainda na Barão do Rio Branco).
Levei aí uns 40 minutos e quando empurrei a porta do jornal a recepcionista quase pulou da cadeira: “Lúcio, o governador está louco atrás de ti. Mandou que você ligasse urgente para ele”. Liguei, atendeu a dona Conceição e passou para o Teixeira que, mais calmo, mudou o discurso.
“Vamos fazer o seguinte, não manda a matéria com aquele negócio do diploma não. Isso vai atrapalhar o interesse da aprovação da Lei”. Bom, eu não poderia deixar passar em branco: “Governador, eu já mandei”. Pelo som do telefone senti que ele deve ter levado um susto.
“Porra, você mandou? Será que você não pode pedir para tirarem aquele negócio do diploma?”. Bom, quem trabalha em órgão de comunicação sabe que é difícil. E com grandes veículos ainda mais.
Eu disse: “Governador eu vou tentar, mas se me demitirem o senhor vai ter de me arrumar um emprego no Governo”. Ele respondeu alguma coisa como “Eu resolvo agora” – e quem conviveu com o Teixeira sabe que ele resolvia mesmo.
Uma hora depois – e várias ligações do Palácio sem que eu atendesse, liguei: “Governador, consegui. Levei um esporro do editor, mas consegui. E o senhor sabe qual será o título? “Teixeira vai enfiar o diploma do deputado fulano no rabo”. Acrescentei: “Não vou perder o emprego, mas estou advertido para não repetir”.
Foi o que chamo de “mentira social”. Eu não mandara ainda a matéria, mas foi apenas para folclorizar que disse ter mandado.
 
 
Opinião pública ou opinião que se publica?
 
 
O ex-governador Jorge Teixeira costumava repetir que “não existe opinião pública”. Ele repetiu muitas vezes: “O que existe é a opinião que se publica”. A frase tenho certeza que não era de sua autoria, até porque já a vi uma vez atribuída ao ex-primeiro-ministro Winston Churchill, da Inglaterra, mas não tenho certeza se seria ele o autor.
Visto a influência que têm os meios de comunicação, ainda mais nos dias atuais, não é difícil crer que haja um forte componente de veracidade na frase que Teixeira repetiu muitas vezes em várias entrevistas.
Há coisas que, ditas em momentos específicos, acabam gerando uma interpretação muito além do momento em que foi dito. Exemplo disso é a frase atribuída ao então vice-presidente da República Pedro Aleixo que, interpelado da razão porque não era um entusiasta do AI-5, respondeu:
            - Eu não tenho medo da Lei. Tenho medo do guarda da esquina que vai aplicar a Lei”.
            Se trouxermos para os muitos exemplos que temos, e não só no Brasil, não tenhamos dúvidas de que ele estava certo.
 
 
TOMÁS CORREIA
 
Governador Jorge Teixeira vai à Assembleia Legislativa onde, mesmo muito criticado pelo deputado Tomás Correia, o trata por “Vossa excelência”, “Senhor deputado”, “Meu particular amigo”, e por aí afora. Na saída um assessor comenta: “Gostei, chefe, só não concordo do senhor chamar o Tomás de 'particular amigo' porque ele foi grosseiro”.
Teixeirão, já retomando seu comportamento normal responde: “Ora, a minha vontade era chamar o Tomás de filho da p., mas o momento não permitia”.
Na sessão seguinte, apesar da imensa maioria que o PDS tinha em plenário, Tomás apresenta moção de repúdio a Teixeirão. E, pela desatenção dos deputados, a matéria é aprovada com os votos dos governistas.
Advertidos pelos jornalistas da matéria (a votação foi naquela base do: “Os que estiverem a favor fiquem como estão, os contra se identifiquem”, e como ninguém se mexeu, a coisa passara), os governistas tentaram mudar o resultado, mas ele já fora encerrado, enquanto o Tomás ria muito dos adversários.

TROCA-TROCA
 
Em Rio Branco, a deputada Iolanda Fleming, que na condição de vice-governadora, ao assumir o Governo do Acre invadiria a região da Ponta do Abunã, iniciando a pendenga que durou mais de 10 anos sobre aquelas terras, estava irritada com o governador Joaquim Macedo. 'Ele (Macedo) não está com nada. Poderíamos trocar com Rondônia, trazendo o Teixeirão e mandando em troca o Macedo, com um pedido de desculpas'. 

Nunca fui aquilo que se chama de "amigo" de Teixeira, como nunca consegui ser isso de outros governadores, mas sempre mantive com ele, apesar dos "aspones", um relacionamento de respeito profissional, eu como repórter e ele como governador.

Também, como dos outros, nunca pedi favor, apesar de, tenho certeza, se pedisse conseguiria. Entendo que, com base em depoimentos que já ouvi de parte de assessores que trabalharam direto com os dois últimos governadores do Território o mais importante para Rondônia foi Humberto Guedes, mas respeito quem pensa o contrário. Só não concordo com o que pretendem alguns, passando às pessoas de que, por aqui, tudo foi o Teixeira quem fez.