Pombos: de inofensivos eles não têm nada!
Lúcio Albuquerque, repórter (*)
Animais com imensa prevalência
em ambientes urbanos, de fácil multiplicação, muito dóceis, praticamente
inofensivos, presentes em praças, prédios e outros locais – preferencialmente –
onde tenham condições de se alimentar e nidificar, associados ainda à figura da
paz (sendo comuns em imagens de ícones católicos) e heróis de guerras, inclusive as duas
mundiais quando foram usados para levar ou trazer mensagens, você já adivinhou
de que tipo de ave estou comentando o pombo doméstico, nome científico Columba livia.
Há alguns meses assinei matéria
divulgada em vários sites e no Jornal Alto Madeira, sobre a infestação de
pombos em locais de grande concentração pública em Porto Velho, como o início
do Espaço Alternativo – em frente à vila dos Sargentos da Aeronáutica, no
entorno do lago do Parque da Cidade e nas feiras.
Ontem na chamada do programa “Mais
você” o tema era justamente o que, apesar de todas suas alegadas qualidades, pode
representar para a saúde humana o contato com as fezes desses bichinhos o que, inclusive, um sobrinho meu, fármaco bioquímico, há uns cinco anos, usou como
tema de sua dissertação de mestrado o que, quando ele falou eu até pensei que
era brincadeira, mas além de sua explicação e depois uma pesquisa na maior
fonte de consulta que o mundo possui, a internet, comprovou.
O contato com as fezes do pombo
pode afetar muito a saúde da pessoa, gerando a criptococose, também chamada
meningite criptocócica, sendo a principal doença transmitida pela ave. Além de
outras, só ela é responsável por incidência superior a 30% de mortes entre os
infectados.
Esse contato,
que pode ser gerado inclusive pela poeira das fezes secas dos animais misturada à poeira urbana, desde uma alergia cutânea, chegando a problemas graves
de respiração e afetar o sistema nervoso central, mas, pelo visto, a Medicina ainda
não tem condições de dar um diagnóstico imediato do problema, o que facilita o
alto índice de mortalidade dos infectados.
O problema é maior por alguns
motivos, talvez o maior deles porque associada sempre à figura da candura e da
paz, a ave atrai atenção, sendo beneficiada por alimentos abandonados ou, ainda
pelos que as pessoas, como no Parque da Cidade e no Espaço Alternativo, levam
de casa para dar aos pombos.
Nada contra os pombos,
simples aves que circulam e alegram os ambientes, mas a quantidade deles, que
vem aumentando em Porto Velho, já deveria ter motivado os responsáveis pela saúde
pública a uma ação, que pode até gerar protestos de amantes das aves, em benefício
da própria saúde pública.
Aliás, uma maneira simples de
evitar a proliferação é não dar comida a eles nem jogar restos de comida em
suas áreas de concentração. Só isso, com certeza, já vai ajudar a evitar males
maiores, o principal deles a morte de infectados.
Inté outro dia, se Deus
quiser!
Nenhum comentário:
Postar um comentário